14/06/2007

(Sobre)Viver



Encontrei-a na LeCool mas já não é a primeira vez que a vejo. Esta imagem faz-me tremer por dentro. É uma cena tão longínqua e tão irreal que me choco defronte da montagem que podia perfeitamente ser uma fotografia de reportagem de guerra da Time ou da NG. Igual a tantas outras que vemos todos os dias desses Iraques, Afeganistões, Malawis e noutras guerras por esse mundo fora. O horror bate-nos à porta e nós não podemos fazer nada. Valem-nos as histórias que ouvimos contar dos nossos avós em Londres, Paris ou Berlim, porque os nossos pais ainda não conseguem falar das Luandas nem das Bissaus que lhes atormentam os sonhos. Ao menos sabemos que é possível sobreviver, que a vida continua apesar de tudo. Porque é precisamente quando defrontada com o horror que a humanidade revela o melhor de si. Que se esquece de sim mesma e ajuda o próximo. É no horror que somos mais humanos. Se algum dia acontecer, sei que a Ami vai lá estar a ajudar-me. E a Cruz Vermelha, e os Médicos Sem Fronteiras, e a Unicef e muitas mais. É por isso, para que elas possam lá estar quando forem precisas, que eu compro os presentes dos miúdos na Unicef,que dou de bom grado nos peditórios da Cruz Vermelha, e que este ano 5% dos meu IRS foi para a Oikos (em guerra aberta contra a pobreza). É também por acreditar que é possível sobreviver, que tenho filhos e espero vir a ter netos qualquer que seja o cenário. Porque viver é bom.
p.s- bem vinda, Madaleninha!

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